A poesia se veste de mulher
Abre a porta
Esbarra na saudade
E, travestida de solidão,
Caminha sobre o asfalto
Nos braços de versos
E estrofes quebradas...
A poesia quer dançar!
Sobe escadas,
Perfuma-se de nada
Embriaga-se de ilusão
E se lança na dança
E dança, e dança...
E, a poesia nua
Pisando em cacos de rimas
Dança, e dança ...
Sem sentir a música
Ouvindo apenas
O ruído ensurdecedor
Do silêncio da alma...
E a poesia cansada,
Muito cansada
Atravessa a ponte
Enxuga gotas de orvalho
Ajoelha-se diante do dia
E amanhece entre flores
Nos braços do poeta...
(Val)
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