Observar o barco.
Há muito tempo não observo meu barco.
Apenas desejo a imensidão do mar,
A linha do horizonte,
Os raios de sol em mim,
O brilho de estrelas e da lua
Sem vislumbrar a magia da noite acontecendo,
Transformando-se em dia, em luz, em amanhã...
Há muito tempo não observo meu barco.
Há tempo não observo minha alma, meu ‘in’...
Já não ouço risos ou gemidos do coração,
Nem acaricio mais minha pele
Ou tampouco olho o espelho e digo: ‘eu te amo.’
Não acarinho mais meus momentos
Passo por eles ou os permito passarem por mim, simplesmente.
Há muito tempo não observo meu barco.
Navegar é preciso...
Eis o oceano e os ventos,
Os dias e as noites...
Há muito tempo não observo meu barco...
Não tenho tido ‘tempo’ para checar os danos
Causados por ondas gigantes, correntezas e ‘monstros’ do mar...
Encontro-me á deriva.
Há muito tempo não observo meu barco...
(Val 2007 ... 2008)
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