não deixavam-me em paz. Já havia horas que tentara dormir, mas minha mente parecia estar inteiramente desconectada do seu caminho de descanso. Momentaneamente, imagens desconexas surgem em minha mente, e foi exatamente naquele momento que fui capaz de ver o quão cansada me encontrara.
Cansada de sentir-me triste. Cansada dos mesmos questionamentos e até mesmo das repetitivas conclusões. Cansada de ver e rever situações sempre valorizando o clássico conceito “certo e errado”. Simplesmente não posso entender o porquê parecemos obrigados a tomar decisões a todos os segundos dos quais vivemos.
Há todo momento nos encontramos complicando situações que poderiam ser inteiramente simples. Em sua maioria, é como se impedíssemos a vida de expandir sua simplicidade. Será que é mesmo necessário carregar uma dose imensa de sofrimento, angustia e nostalgia, para demonstrarmos o quão racionais somos? Porque simplesmente não eliminamos o verbo “julgar” e vivemos apenas em função do inexplicável?
Na vida, nunca conseguiremos obter todas as respostas, então o porquê fechar os olhos para toda simplicidade e perder os segundos efêmeros questionando-se sobre o mundo?
Por não ser capaz de enxergar sentido na realidade, optei por abandoná-la. Assim mantendo o simples desejo de fazer da minha vida uma incógnita. Perdendo-me no irreal, no improvável e no incomum."
T.D