O amor não lembra do que precisa. Amor é não precisar de nada. É precisar do que
acontece depois do nada, ainda que não aconteça. O amor confunde para se chegar
ao mistério. Embaralha para não se ouvir. Perde-se no próprio amor a capacidade
de amar. Amor é comer a fruta do chão. O chão da fruta. O amor queima os papéis,
os compromissos, os telefones onde havia nomes. O amor não se demora em versos,
se demora no assobio do que poderia ser um verso. O amor é uma amizade que não
foi compreendida, uma lealdade que foi quebrada. O amor é um desencontro por
dentro.""
(Fabricio Carpinejar)