Discutir, chutar a quina da parede, chutes, tapas, morder a língua, tudo isso dói, e mais tantas outras coisas, mas quando eu paro e me pergunto o que mais dói em mim? Essas dores ficam tão relevantes diante de uma outra, que eu chamo de saudade, saudade em mim dói a beça, dói saudade da "irmã" que sempre esteve ao meu lado, de pessoas que sem se despedirem, se foram, saudade do gosto de uma comida, da viagem com os amigos da 8ª série do fundamental, dói a saudade das pessoas que eu mais via a cinco anos atrás, dói a nostalgia que toda essa saudade me dá. Mas o que mais dói é saudade daquele amor, isso é um tanto quanto dolorido, é não saber mais se a cor preferida dele ainda é preto, se ele ainda sai a tarde para tirar fotos, se foi ver a filha no fim de semana, se foi ao shopping com amigos, se bebeu, se ainda conversa com as mesmas pessoas, se ele deixou de ser teimoso, se ainda gosta de Mc Donalds, se ele tem saudades de você...
...Não saber quem é a nova pequena dele, e para quem ele manda mensagens de madrugada, e se souber, fingir que não sabe, saudade de sentir o celular tremer nos ouvidos, enquanto dorme, e quando pegar na mão é só um aviso que diz “ei, eu te amo”, saudade é não saber se ele ainda leva para o quarto água e coca-cola por ser um preguiçoso nato, ou se ele tem novos interesses para outros cursos, é não saber se ele se lembra da sua cor favorita, do nome que quer dar para o filho, não saber se ele aprendeu a entrar na internet tranquilo e não sair estressado, se ele ainda dá boas risadas de piadas bobas, se tem alguém que fale coisas sem sentido para ele que o façam rir sem parar, se ele tem tido crises de riso, e de desespero, por uma nova pessoa, por um antiga, por alguém, saudade é não saber, ou saber e sentir falta, é um aperto forte, uma dor indescritível, é clichê e singular, cada saudade é de um tipo, e não adianta, matar a saudade é e sempre será uma coisa complexa. O não saber se ele ainda toma o mesmo refrigerante, se ele anda escolhendo novas cores para parede, se anda buscando a mãe no trabalho, o não saber (…) Saudade que chama amor, amor que faz seus olhos brilhar quando descreve, que faz lágrimas caírem, sorrisos brotarem, porque amor, amor é isso, é rir é chorar, é sentir falta. É aprender que as pessoas são insubstituíveis, que não se escolhe quem se ama, e quem te é essencial.