Já fui sombra fresca sob o sol quente do verão;
já fui abrigo certo da chuva forte que caía.
Admirada porque era verde, era vida e pulmão,
recebia a brisa da manhã com um aceno de alegria.
Hoje sou folha seca jogada ao vento,
rolando a esmo, ao léu
ou soprada ao tempo
voando sem rumo, no céu.
Desprezada e enrijecida
pelo mesmo sol que me deu vida;
Atapeto o chão, desprotegida,
pisada pelas mesmas pessoas que dei guarida.
E agora, que apagado meu encanto,
fico perdida de canto em canto...
ferida, sozinha, em pranto...
sofrendo tanto... sofrendo tanto!