FRAGILIDADE
Os passos tornam-se leves, na esperança do tempo
que em grãos se esvai, na cadência das fracas batidas,
em cicatrizes horrendas, num coração de ternura.
Faces que se entreolham, vida que sempre foi dura,
risos que falam à alma, olhos que sorriem e choram.
Quanto da vida levamos, no dia em que estamos partindo?
O que fizemos das dores, das noites e dos amores?
Quando teremos noção, que nada é quase tudo,
que tudo é ilusão, que o que importa é sentir...
dizer... agir... mostrar... encarar... viver?
Em reflexos nos vemos em outros,
que nos vêem em face inversa,
os erros aqui são certos, verdades de lá são falsas,
incólume o tempo passa, absortos nós não o vemos,
achamos que temos tudo, e nada mais nada temos.
Quando de olhos fechados, somos capazes de enxergar,
de sentir e pressentir a perda que não vai voltar,
o grito preso se solta, em vácuo é emitido,
não é ouvido, não volta, em eco de desesperança,
o tanto que quero é falso, no espelho que será partido.
*Ariane - Maria Inês Hernandes Ramos*
→.●๋♫ کØl ♫●.←