É um pula - pula, ninguém sossega,
Se parar, o bicho come.
Se correr, o bicho pega.
Até parente no apuro, te entrega.
Se parar, o bicho come.
Se correr, o bicho pega.
Esta vida é um corre-corre,
Todo mundo entra na dança,
Classe baixa, classe média,
Todos perdendo a esperança.
O Brasil vai melhorar,
Mas a espera também cansa.
O Real é moeda forte,
Mas cadê nossa poupança?
Os “sem terra” saqueando,
Dizem que é por vingança.
E os Marajás continuam
A encher a gorda pança.
Sem querer eu já entrei
No rolo do corre-corre.
Trabalho que nem um burro,
Me apuro, ninguém socorre.
Pra esquecer a desilusão,
Nos domingos tomo um porre.
O pobre se torce todo,
Daí a dureza escorre.
Acudam-me, gente da “alta”,
Antes que eu me borre.
De esperança a gente vive,
Mas de espera também se morre.
Luiz Gonzaga da Silva