Eis as minhas mãos
Tão nuas
E dilaceradas de ilusões
São tuas
Não tenho a quem oferecer
Ninguem as quer
São as mãos tão calejadas
De uma mulher
Que se deu demais
Que perdeu a paz
Por acreditar
Que fôsse capaz
De domar o amor
Ser espinho e flôr
Criar alegria
Na dor
Toma as minhas mãos
Perdoa
Estas mãos desfiguradas
Tão boas
Que te amaram tanto
Te afagaram tanto
E que escondem o encanto
Do amor de mulher
*João das Flores*