Nem pediu licença, foi logo invadindo.
O amor chegou faceiro, menino atrevido.
Sentindo-se em casa, as janelas abrindo.
Encheu de luz aquele canto empobrecido.
Vestiu-o de flores de todas as cores.
Perfume espalhou inebriando os sentidos,
Falou de poesia, cantou louvores,
Chorou de alegria, recolheu os gemidos.
Num passe de magia, expulsou toda dor.
Como anjo de ternura, devolveu a esperança,
Encheu de melodia o coração sem vigor
Em seus braços conduzi-o numa terna dança.
Feito sol brilhante que, quando chega, trás vida
Iluminou aquela alma e, gargalhando, a fez sorrir.
Espantou as sombras, o frio e curou a ferida.
Nunca mais meu coração o deixará partir!
Lídia Sir Vander