SONETO DE
UMA TARDE
Olhos e noite, querubim , despida...
peças de um castigo que
seduz
Ocaso da leveza, beijar-te é luz
És fascínio, declínio, esmeralda
polida
Fonte são teus sonhos, teu riso e dor...
Pele que cerceia, ufana,
cosmogonia
Fios de ouro e mirra em ti são persona e sintonia
Páginas de
livro, cantigas de amigo, aedos do autor
Teus passos, tuas coxas, doces lembranças
Mãos que percorrem, discorrem do
ser...
Maculam pecados, acaso, nuanças
Amo-te pelas verdes tardes, pretérito, novidade
Por tuas formas, promessas
idílicas no amanhecer
E um adeus que me sossega até a morte, nos territórios
da saudade.