A beleza é um peso sem nenhuma medida
É o que fervilha o sangue da ferida
Até mesmo das que a considera vazia,
A música que nos toca e não pode ser sentida.
É sem causa, quem vê a beleza é o coração
E não o vago da alma, é a solidão
Que se mistura a lama e a água
Para superar a ilusão de uma forma temporária.
É a via – cruzes do eterno através do mortal
Uma pincelada de Portinari lá do céu
Deixada aqui na terra para ver o seu final.
A beleza é a imaginação e o tempo juntos
A saudade do que foi na vontade do infinito
A angustia do escultor a dor do esculpido.
R. S. JABIS in "Poemas Esquecidos"