Soneto da tarde vazia
Outro dia desponta
Indiferente ao meu sofrimento.
Trinta deles despontarão
Neste mês tão triste e lento.
As horas me açoitam,
Fazem crescer o desespero em mim.
Em alguma era do mundo
Já se viu tempo tão longo assim?
Apenas a noite, bondosa e fiel companheira,
Atende a minha súplica por inconsciência
E consente: “Sim, querida, como queira.”
E somente adormecida e habitada pela impotência
Não percebo a dor mortal
Da lâmina de sua ausência.
(Anna Bárbara
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