Campo de gelo
Perseguem-me na calada da noite,
Onde meus gritos não podem ouvir.
Colocam em minha mão o açoite
E dão-me a droga que faz cair.
Roubam-me o ar do corpo
E de ira turvam o meu olhar.
Qualquer faísca que ao longe aponte
É suficiente para me devorar.
Saudade maldita!
Ciúme aflito!
Por que não me deixam em paz?
Basta um minuto de solidão
E vocês adentram meus umbrais.
Depois de entorpecer-me,
Minha mente dissipam
E a banem para cenários surreais.
Preferiria a queda de um penhasco
A conviver com sentimentos tais.
Mas então, ao menor sinal de calor,
Mesmo que distante, acanhado e sem fervor,
Vocês partem e eu encontro paz.
E assim, negando minha própria dor,
Ignoro as lágrimas deixadas para traz.
(Anna Bárbara Coré Pinto)
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