C O L A R E S D E E S P U M A


Quando mar bate suas ondas na areia forma colares de espumas. Presentes que a praia recebe do mar.


Quando o mar retoma da areia suas águas, desmancham-se os colares. É a praia que perde, levados por seu amado, todos os presentes que dele recebeu.


Ah! Colares de espumas, que desmancham-se, quando retornam a sua origem, todas as águas que matavam a nossa sede de felicidade..


Vida. Mar que dá presentes, como as ondas que vêm.


Vida. Mar que decepciona, levando de volta tudo o que deu, como as ondas que vão.


Ondas que trazem e levam presentes. Ondas de felicidade que vem e que vão, como as ondas do mar.


Ondas da vida, que mata os momentos bons, só deixando na areia as marcas de seus colares. E, como os rastos na areia, ficam gravadas na história as lembranças que fazem saudade.


Mas continuamos nessa praia imensa e estranha, olhando o mar.
Esperando por novas ondas. Por novos presentes.


Por outros colares de felicidade.

Do livro de Ademir Garçon ""Onde o Meu Olhar Não Alcança""