O sol chegou e, pela fresta da porta, tocou, carinhosamente, o rosto dela que, sussurrando baixinho, falou o meu nome. Comovido, cheguei-me até ela que, ao se levantar, me beijou.
Felizes saímos, juntinhos, de braços dados e fomos passear no jardim.
Eu a amparei, quando você quase caiu, distraída que estava, olhando as crianças correndo e tropeçou numa das raízes da grande árvore, que se espalhavam pelo chão.
Você sorriu quando eu, ao ouvir os passarinhos cantando na tal árvore, disse que eles cantavam chorando, com inveja de mim.
Como eu estava feliz e orgulhoso por estar ao seu lado, vendo os olhares que nos lançavam as outras pessoas em volta. As mulheres invejosas com sua beleza e os homens a olhavam com admiração e, também, com inveja, mas de mim.
Interessante! Até uma dona de casa tirou sua flor da janela, ao ver sua beleza passar.
Como eu estava feliz!
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Que foi isso?A porta do quarto bateu. Está ventando e parece que vai chover. Meu Deus, estou só. Saio para rua. Não se ouve pássaros e nem se vê crianças na praça e,lá, não existe a tal árvore grande.
As pessoas me ignoram, não fazem caso da minha presença.
Vejo em uma janela uma dona de casa regando uma planta. Ela nem me olha, distraída,, com a beleza de sua flor.
Não há sol. Não há grande árvore com passarinhos cantando. Nenhuma dona de casa, tirando a flor da Janela. Apenas Solidão e Saudade, que riem, zombando de mim.
E a alegria de um sonho se desvanece, aos poucos, sob o peso da frustração, ao ver o surgir desta realidade triste, um sonho lindo que se transformou no pesadelo real em que, acordado, vivo, desde que Papai do Céu a tirou de mim.