GRITO NO ESCURO
Grito no escuro.
Procuro uma resposta.
Quem de mim um dia disse que gosta
preferiu fugir!
Sair de mim me deixando só.
Hoje estou aqui. E de mim o pó!
Grito no escuro.
Nem minha própria voz escuto.
Meu peito é negro: luto!
Se foi de mim e me deixou só.
E assim estou: um pó!
Não queria ser o que hoje sou:
RESTO DE NADA!
Vazio, sombrio, perdido!
Quem sabe até esquecido
por quem a mim um dia disse: “te amo!”
Grito no escuro.
Chama negra da solidão.
Esbravejo e clamo!
Não sou mais o que um dia fui:
Feliz e confiante.
E não encontro resposta à minha dor.
Tenho a morte como saída (talvez)
O esquecimento por limite...
Mas... de que me vale a vida?
A força que pensava existir enfraqueceu.
Não mais existe e dentro de mim morreu,
até mesmo a esperança!
Grito no escuro.
Não ouço meu eco.
Insegurança.
Deixo-me levar sem o meu amor.
Tempo.
Quanto tempo?
Dor!
Quanta dor!
_MARCO MOTTA_