DELÍRIOS
Não posso esperar de mim
o que não posso me dar.
Não posso querer de mim
o que não posso alcançar.
E mergulho meus sonhos
e todas as minhas esperanças
no que vivo apenas dentro de mim.
... E na verdade já nem sei quem sou!
Vasculho meu interior em busca
de uma resposta que me acalme.
Reinauguro minha história não vivida
e reinvento um nova história em mim.
... Mas na verdade já nem sei quem sou!
Escrevo e reescrevo texto e temas
tentando encontrar um sentido
que mesmo em poemas um dia perdi.
E me apercebo definitivamente
distante dos sonhos que não posso alcançar.
O que esperar de mim?
Saio. Venho.
Busco. Vou.
Perco. Ganho.
Afinal, quem sou?
De repente descubro que nada sou
e que apenas uma sombra me faz companhia:
a sombra de um delírio, de uma fantasia,
de uma esperança vã!
Espera. Tempo.
Quando será?
Hoje? Amanhã...?
_Marco Motta_