Sinto um vazio sem você
Corro minhas mãos entre os lençóis espalhados e
desarrumados sobre a cama tão vazia, única dona e
companheira das minhas noites frias e solitárias
quando não estás aqui.
Meus travesseiros cúmplices das minhas pernas,
moldados pelo tempo, já não servem mais como consolo,
estão sem consistências e umidades, perderam a densidade que
me aliviavam, já não te substituem com tanta intensidade.
Meu corpo refletido no espelho já não
mais vejo as curvas por onde deslizavam suavemente
teus dedos, tua língua e tua boca faminta.
Meus sonhos, antes tão heteroxiamente sobre e
sob teu corpo, hoje se contém em lembrar apenas,
lembranças doídas pela saudade.
Meus sonhos, antes tão heteroxiamente sobre e
sob teu corpo, hoje se contém em lembrar apenas,
lembranças doídas pela saudade.
Não quero mudanças, não agora que
o tempo me ensinou tanto e tão bem, agora que
conheço tão bem meu corpo, sei onde quero
ser tocada, beijada, acariciada e possuída,
não quero mais me sentir só, não quero
um quarto vazio com uma cama em desordem
por um corpo só, quero misturas de cheiros,
dos nossos cheiros.
Quero você presente, onipotente, regente
na nossa sinfonia, quero ouvir o teu " querendo " tão impar,
tão nosso.
Querendo você, sempre ...