Ão lado da foqueira vejo ão longe, os pequenos barcos barlaventear
os intuitos desejados.seus ocupantes atentos, esperando conseguir a
presa das àguas cristalinas.Mexo no fogo, para espantar os mosquitos
que insistem em vir de encontro a pele.
Naquela ilha deserta, é como se estivesse fora do mundo, em outra
dimensão.tento deitar, e dormir__não consigo.De repente escuto um
barulho, fico atenta, poderia ser uma cobra, ou outro inseto.
Fico a rir...é um delicado e amedrontado camaleão, em busca de
comida__folhas verdinhas ou alguma fruta.Mexo na mochila e
ofereço-lhe algo, vagarosamente êle vem a mim, com gestos rápidos,
recebe o alimento e sai.
Decidi pegar o violão, e entoar uma canção.Em dedilhadas delicadas
foi saindo um som que aprendi com a vovó, onde espalhou-se pelo
vento das marés.
Recordei o encanto de minha infância, onde nas nites de luar, todos
reunidos para cantar e tocar violão.
Foi há anos, mas ficaram gravados em meu conciente.Hoje, tento
sentar e tocar Piano, mas não tenho inspiração, como a inspiração
de um dia saber colocar na branca tela, algo bom de ler.
Sem inspiração, nada poderá sair, até porque os parâmetros
dos neuronios, estão deflagados,
pelas agonias de alguns fracassos da vida.
Enfim faz parte do show.
O dia amanheçe, e chega a hora do retorno, ir de encontro
a
realidade que faz do coração uma saramago.
16.11.214.