Em uma pesquisa recente, li que o número de casas habitadas por um único morador aumentou. O me fez refletir
sobre a solidão. O.k., há quem não considere a questão um problema.
Chegam, inclusive, a afirmar que se trata de uma solução. Os partidários
dessa opinião são os chamados solitários por opção. Mas há também
aqueles que se tornam sozinhos por obrigação. E, claro, não gostam dessa
situação. Quer saber? Estar só nunca é bom!
Nossa vida
apenas tem sentido quando podemos partilhá-la com alguém. Como fomos
feitos para estar com o outro, o isolamento sempre nos entristece. Os
cientistas dizem até que ele vai na direção oposta ao da evolução, pois
crescemos graças às relações sociais. É no encontro com o diferente de
mim que evoluo e busco respostas para as minhas dúvidas. Enquanto isso, o
solitário faz tudode forma independente: se defende, come, estuda,
carrega os problemas… Tal esforço exige um gigantesco gasto de energia e
nos deixa doentes. Aliás, alguns estudos comprovam que a solidão afeta
nosso sistema imunológico.
Você pode até dizer: “Hoje, em tempos de internet, as pessoas não ficam
isoladas”. Ora, nenhum relacionamento virtual substitui o toque, o
sorriso espontâneo e o suspiro de alguém capaz dedividir sentimentos.
A internet ameniza o exílio com uma falsa sensação de que não
estamossós. Porém, a conversa virtual não é de carne e osso. É bom ouvir
uma gargalhada no lugar de uma sequência de “kkkkk”. Nem mesmo a união
de todos os símbolos inventados pela linguagem fria do computador
consegue substituir a temperatura elevada de um abraço real.