=)ï(= Borboletas, mariposas, bruxas e feiticeiras =)ï(=
A nudez ilumina idéias, provoca paixões, acende a luz do desejo.
O nu encanta, deixa o amor terno, leve como o vôo de uma borboleta.
Borboleta que, sem o seu macho, se apresenta promíscua.
A mulher, quando troca o concreto pelo abstrato, muda conceitos em seus devaneios,
mente para a mente, busca um brilho maior.
Nessas horas, ela pinta as unhas de vermelho e age como uma mariposa atraída
por uma paixão incandescente.
Nelson Gonçalves canta esse quadro.
Mas, como uma ação sempre provoca uma reação,
a luz se apaga.
O som gostoso da batida do samba no alto do morro vai se perdendo,
os ouvidos longe, um andar que se acredita firme, olhos para a cidade.
E o aviso, o derradeiro que seja, se perde ao vento.
A lâmpada queimada, surgem as trevas.
De mariposa a bruxa. Bruxa que enfeitiça.
Quando deixa a leveza da borboleta para incorporar o vôo provocante da mariposa,
a mulher fascina.
Usa do seu encantamento como quem manipula o feitiço.
É a bruxa do prazer, do fetichismo.
Ela finge. Por quê? Para quê? Como borboleta, ela pousa suave em um colo.
Como mariposa, ela vaga de braço em braço, aos abraços.
Então, já mariposa, ela se despe para outras idéias.
Vai cumprir o destino que imagina certo.
Finge amores em cabarés e cassinos. Perde-se.
E assume, por temporário que seja, a culpa.
Nelson canta Mariposa.
Ademar Silva canta Amor Fingido.
Nos dois casos, a borboleta deixa de ser mãe para ser mulher da rua.
Arrepende-se.
Quer voltar.
Mas, para onde?
Quando a mariposa, cansada, arrependida quer voltar como borboleta,
encontra sempre uma cadeira vazia, lembra Jamelão.
Sobre a mesa, pão.
Mas só isso.
Não há mais carinho. Nem afeto.
O homem, que se acredita poeta, é assim. Vive de dores de amores.
Mas no fundo, ele pensa como Francisco Petrônio,
pois sabe que a mulher – sinônimo de borboleta, mariposa, bruxa e feiticeira -
é a deusa da rua dele.
Da outra, como Carlos Alberto, ele, ajoelhado, rasga o retrato.
Idéias nuas, vagas, fantasiosas.
E o homem abre o site, ouve Emílio Santiago e descobre, por fim,
que está delícia, está gostoso.
Vira a página.
Agora adolescente, ele fecha os olhos e recua no tempo.
Cria um chão de estrelas e busca uma borboleta-mulher,
que pisa distraída nos astros transportados do céu para o chão.
Nessas horas, a luz é tênue, como a de velas.
E vendo tudo isso - e sabendo que enfeitiça , a mulher sorri.
E como Edith, que poderia ser a Piaf, mas é a Veiga, volta a alçar vôo.
E bate suas asas cantando que o homem, pelo que diz, a faz rir.
O Louco, de Gibran
((DO SITE NUAIDEIA))