AS ARARAS, ESPECIALMENTE AS AZUIS
No universo multicolorido de nossa avifauna, onde estão presentes muitas aves que merecem ser incluídas entre as mais belas do mundo, ocupa lugar especial a palradora ordem Psitaciformes, compreendendo numerosas espécies, toda classificadas numa única família, Psitacídeos. Todas têm as cores do arco-íris e foram subdivididos, por Hermann e Rodolpho Von Ihering, em 17 gêneros, 74 espécies e 5 subespécies, incluindo-se aí as 13 espécies das belíssimas araras, destacando-se a quase extinta "ararinha azul", o maior dos psitacídeo brasileiro.
Diante das ameaças cada vez maior de devastação do santuário verde da Amazônia, tornam-se escassas as possibilidades de sobrevivência das maravilhosas araras. A biologia dessas aves ainda não foi convenientemente estudada, pelo menos uma espécie está à beira da extinção, a ararinha-azul-cinzenta e a já citada arara-azul, que não é gregária, vive aos casais, nunca foi numerosa. Se houver real interesse na preservação desse inestimável patrimônio ornitológico.
Do regime alimentar das araras constam os frutos de diversas palmáceas, além dos produzidos por muitas árvores amazônicas. É nas palmáceas, aliás, que preferem fazer seus ninhos, particularmente nos estipes velhos dos buritis, que escavam para esse fim, segundo o botânico Hoehne.
Nossos indígenas sempre deram grande apreço às longas penas caudais das araras, confeccionando com elas seus ornamentos. O colorido intenso dessas aves deslumbra a todos que podem admirar-Ihes a maravilha da plumagem. Essas autênticas jóias aladas, típicas representantes da avifauna tropical, não podem sucumbir ante a voragem irresponsável do desequilíbrio ecológico. Devem sobreviver através dos tempos, como um legado da Natureza aos nossos descendentes.
Texto (resumido) da Veterinária Tininha Odebrech