UMA MULHER
Pelos jardins da vida
Com olhos errantes
Sentidos desejantes
Como frágil rosa vivi
Em cada pétala me dei
Suaves aromas senti
Pelos caminhos da lida
Em cada amanhecer
Muitas pétalas recolhi
E em cada enluecer
Sob a brancura da noite
Um chá com elas fiz
Chá adoçado com ternura
Com cheiro de rosas raras
Com gosto de mulher no cio
Sabor de vinho envelhecido
Levemente embriagador
Trazendo o ar do amor
Hoje rosa desabrochada
Ofereço a paixão desejada
De todas as fêmeas numa só
O amor de todos os amores
Num momento único
De uma única mulher
Que eu possa oferecer o desejo
O sabor de um imensurável prazer
Que o infinito ultrapassa
E que com o tempo passa
Mas com o mesmo tempo repassa
Dizendo do efêmero do Ser!
Que recomeça ao renascer
De cada vida, de cada dia
De cada amor que vai
De cada amor que vem
De cada rosa, de cada pétala
De cada espinho que sobre-vem!
© Mari Cabral