ROSA-MULHER
Eu sou uma rosa
De cor vermelha
Ou de cor rosa chá?
Qualquer uma, oxalá!
Sou uma mulher
Meio menina, meio madura
No outono da vida
Quanta vida, quanta lida!
Vivi amores, desamores
Alegrias, dissabores
Conheci a paixão!
Não sei se hoje
Aguentaria o arroubo
Desta inebriante emocão
Por que não?!...
Quantas ilusões e sonhos
Quantos vôos, quantas quedas!
Faltas? Sempre hão de existir!
Perdas? Quantas sofri!
Mas é assim, é a vida!
Continuo viva...
Nada é do mesmo jeito
Nem no corpo, nem na alma
Nem na vida que vivi até aqui
Nem poderia ou deveria ser!
O importante é que ainda hoje
Olhando-me, vejo-me inteira, faceira
Trincada, marcada, mancada
Mas ainda com vida e habitada
Por sonhos e esperanças
Desejo de ser querida, amar
Ser amada e desejada
Ser aceita no estado que estou
Continuar vivendo... En-fim!
Mari Cabral