Há Dias...
Que são feitos de sete noites
Que se enrolam em sete nós
Nos amarram em sete correntes
Nos envolvem em sete véus
E nos adormecem em sete silêncios
Que surdamente clamam
Debaixo de sete sóis...
Há Dias...
Com campos verdes e molhados
Floridos com rosas... Vindos de noites
Que não foram dormidas em sete tendas
Circundadas por inúmeros vagalumes
Que nunca foram vividos sete vezes
Desbravando o avesso do avesso
Debaixo do prateado de sete luas...
Há Dias...
Em que nos arriscamos sete vezes
Envoltos em correntes a nos acariciar
Com sete espadas à roçar nossa carne
E assim em um gozo tão intenso
Como se fosse a única e última vez
O último grito, o último gemido
Entre milhares de brilhantes estrelas...
Há Dias...
__ Mari Cabral __