VIGÍLIA
Recebi um convite singular
Para ir ao triste sepultamento
De um amor agonizante
Num estado terminal...
Sepultamento esse representado
Pelo aterramento das belas poesias
Que de um alucinante amor dizia
Numa triste e alegre alegoria...
Sepultar um amor ainda com vida?
Sem palavras assim me senti!
À minha alma de poesia recorri
Numa tentativa poética de resposta...
Senti um murmúrio que dizia
Vida é amor, é poesia
Sem amor não tem poesia
Sem poesia não tem vida!
Diante de tão delicado dilema
Este especial amor foi envolvido
Em um translúcido lenço tecido
Com fios de lágrimas cristalinas!
Mari Cabral