Kaká não jogará uma partida completa na primeira fase da Copa do Mundo. Ele continuará atuando por cerca de 70 minutos. É o que sua condição física permite nesse momento.
Mesmo dizendo após a estreia contra os norte-coreanos que tem esperança de participar dos 90 minutos da partida contra a Costa do Marfim, domingo, dificilmente isso ocorrerá.
Sua condição ainda é precária. Se fosse qualquer outro não teria entrado em campo contra a Coreia do Norte enquanto não estivesse melhor fisicamente. Seu problema agora é a falta de ritmo de jogo.
Kaká está no limite do seu sacrifício para jogar o Mundial e todos na comissão técnica sabem disso. Se o Real Madrid tivesse continuado na Copa dos Campeões por mais tempo ele não teria condições de jogar na África do Sul. O meia passou boa parte da temporada na Espanha jogando com dores. E só não parou antes porque os merengues foram até a última rodada do Campeonato Espanhol com chances de ganhar o título, perdido para o Barcelona depois. Não havia o que fazer para trazê-lo ao Brasil antes do tempo para se recuperar.
Kaká só começou a se recuperar depois de ter se apresentado à seleção, em Curitiba, dia 21 de maio. Desde então, não teve folga. Trabalhou até em três períodos. Mas não tem como apressar mais ainda sua recuperação para se colocar no mesmo nível dos demais. Esse é o seu drama.
Ele está melhor hoje do que estava quando a seleção desembarcou em Johannesburgo, mas ainda está muito longe de sua melhor forma.
Em nenhum momento da preparação a comissão técnica deixou claro quais as reais condições do brasileiro. Todas as informações ficaram limitadas à equipe do treinador Dunga enquanto esperavam uma resposta mais rápida do jogador ao tratamento e aos treinamentos.
Foi feito um programa para ele e houve momentos em que Dunga preferiu segurar sua ansiedade para não prejudicá-lo. Tudo ainda está sendo feito conforme o planejado. Kaká só estará pronto de verdade para as oitavas de final, caso o Brasil confirme sua classificação.
O medo de se machucar e sentir as dores na coxa e também no púbis já não fazem mais parte do seu dia a dia. Kaká superou essa fase e precisa, agora, ganhar um pouco mais de confiança e fôlego para voltar a ser o jogador que é, o jogador que o Brasil quer ver. Ainda há tempo.