África do Sul — O técnico da seleção brasileira, Dunga, afirmou nesta quinta-feira em Johannesburgo que se a equipe não for bem na Copa do Mundo da África do Sul-2010 todo o bom trabalho será questionado, ao mesmo tempo em que garantiu a recuperação de Kaká para a estreia.
"Sabemos da responsabilidade de jogar uma Copa do Mundo, estamos muito motivados para realizar nosso trabalho e iniciar a competição", disse Dunga em uma entrevista coletiva na sede de um exclusivo clube de golfe em Randburgo (norte de Johannesburgo), onde fica o hotel Fairway, concentração do Brasil no Mundial.
No entanto, apesar de ressaltar as conquistas, o treinador admitiu: "Sabemos que tudo o que fizemos até agora vai ser medido nesta competição... Se não ganhar a próxima, vão dizer o que sempre se diz por aí, não deu e o trabalho não foi bom".
Depois de assumir o comando da seleção em julho de 2006, Dunga ganhou a Copa América-2007, a Copa das Confederações-2009 e classificou o Brasil para o Mundial como primeiro lugar nas eliminatórias sul-americanas, com três rodadas de antecedência.
Quase sete horas após o desembarque na África do Sul, Dunga também garantiu que o astro Kaká (Real Madrid) jogará na estreia do Brasil na Copa, dia 15 de junho contra a Coreia do Norte, pelo Grupo G (completado por Costa do Marfim e Portugal).
Dunga disse que Kaká vai continuar trabalhando para a recuperação total da lesão muscular que atrapalhou seu fim de temporada no Real Madrid.
"Com certeza vai estar em condições para o primeiro jogo da Copa".
"Como ele passou um bom tempo sem treinar pelas lesões é normal que não esteja em condições iguais aos demais. Estamos dosando a forma dele trabalhar", destacou o técnico.
Ele disse ainda que nos últimos dois amistosos antes do início do Mundial dará prioridade à recuperação do jogo coletivo, que considera vital para poder ganhar.
"Para vencer, qualquer equipe tem que ter a parte coletiva".
Depois de dizer que a equipe pentacampeã chegou à África do Sul com muita motivação em busca de seu sexto título, Dunga enfatizou que "é preciso aliar o talento à competitividade para poder vencer".
Segundo ele, apesar de parte da imprensa reclamar a falta de algumas figuras - como, por exemplo, Ronaldinho Gaúcho (AC Milan)-, o que pesa mesmo é o conjunto. "Nós temos estrelas aqui, mas a equipe tem que jogar em campo... o que manda realmente é o campo".
"Não adianta estudar o ano inteiro e, quando chega a prova, ficar reprovado", acrescentou.
Além disso, confirmou que a "Seleção" jogará na primeira semana de junho dois amistosos fora da África do Sul, ante a Tanzânia e o Zimbábue, e que a prioridade será "recuperar a parte do jogo coletivo da seleção, pois faz tempo que não jogamos".
"Queremos jogar para pegar ritmo de jogo e chegar bem ao Mundial", afirmou ainda.
Dunga também espera poder praticar variações táticas, coberturas nas marcas e jogadas com a bola parada, tanto na defesa como no ataque, para conseguir um equilíbrio das linhas.
"Na Copa do Mundo é preciso ter uma eficiência muito grande na hora de marcar, mas também no momento de atacar porque as oportunidades que se apresentam são poucas", concluiu.