Ao preterir Ronaldinho Gaúcho e Paulo Henrique Ganso na lista principal, Dunga alçou Kaká à condição de "insubstituível" no elenco da seleção. A função que o meia do Real Madrid exerce não encontra equivalência em Ramires, Júlio Baptista, Gilberto e Kleberson, seus eventuais suplentes. Versáteis, os quatro podem atuar como volantes ou meias - e Gilberto até na lateral, sua posição de origem. Nenhum deles, porém, se notabilizou pela qualidade no passe. Tampouco pela visão de jogo ou pelas arrancadas em velocidade, características de Kaká que permitiram a Dunga montar o esquema com outros três meio-campistas de menos habilidade (Felipe Melo, Gilberto Silva e Elano).
O treinador admite que terá de buscar um plano B em caso de ausência do titular. "Sem o Kaká, é lógico que a característica do time terá de mudar", disse Dunga. "Mas jogamos a Copa América sem ele e ganhamos. Cada um teve de recuar um pouco mais."
Improvisos. Dunga se refere à conquista de 2007, na Venezuela, quando improvisou Júlio Baptista no lugar do então jogador do Milan, que não foi liberado pelo clube italiano. Para a África do Sul, Dunga sinaliza uma seleção que vai usar ainda mais o improviso. Para isso, chamou Michel Bastos, Gilberto e Daniel Alves, laterais que podem atuar como meias.
Temporada difícil. Kaká ficou de fora de jogos decisivos do Real no Espanhol por causa de lesão no púbis, da qual ainda se recupera. Criticado por parte da torcida em sua primeira temporada na Espanha, o meia ganhou o apoio de Dunga. "É normal haver dificuldade. Muda o país, mudam os companheiros, leva tempo. Há cobranças e, às vezes, o jogador é forçado a voltar a jogar até antes do tempo", disse o técnico. "Mas vamos colocá-lo no melhor condicionamento."
Dunga reiterou a esperança que tem na capacidade e na liderança do atleta para influenciar o grupo. "Kaká, como Robinho, vai para a segunda Copa e tem de ser protagonista."