Nunca me senti uma pessoa excessivamente amorosa. Não, não… Estou escrevendo errado: nunca me senti uma pessoa excessivamente lírica. Não, não… Estou errando novamente, mas a verdade é que eu nunca sei como começar parágrafos, caro leitor, então não me brigue se soar desinteressante. Ando tão atrapalhada comigo mesma e isso é tão perceptível que, estou cá eu, rabiscando algo tão despretensioso que não deveria nem mesmo ser escrito. Não quero me demorar, essas coisas fluidas demais, vinda de mim, me dão medo, então vou lançar a esmo o turbilhão de pensamentos que me invadem o ser: Sinto uma miséria existencial tomar conta da minha essência e isso me furta a avidez. Quero ter a inconstância masculina - dita por Schopenhauer, não me briguem! – nessas coisas de amor. Quanto mais me falta, mais incito; quanto mais me dói, mais edifico; quanto mais me sofre, mais persevero; quanto mais me chateia, mais devaneio; quanto mais dramatizo, mais… … Mais termino as coisas pela metade e vou chover.