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Minha dor é o labor do resgate
cavalgando nesse disparate
de insanos risos e provações
retorcendo o corpo em alucinações.
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Minha dor é a trilha que fervilha
numa dívida de outras vidas
ou então uma voz tão gritante
na cabeça velha de um infante.
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Minha dor é cruz e galardão
que carrego na estrada infinita
e nas noites vislumbres da lida
quando a fera interna a sós grita.
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Minha dor é a flor do destino
nesse nascer e morrer contínuo
é o fruto maduro da renovação
dos pecados guardados no coração.
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Minha dor é o labor do resgate
pelos crimes impunes da insensatez
se preciso de tempo renasço outra vez
e me dissolvo em coragem a quitar o meu soldo.
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Minha dor é a flor daninha do jardim
que cultivei no passado esquecido
mas agora eu espalho-a nas folhas do livro
que guardou minhas palavras e sensações.
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Jonas R. Sanches
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