Repouso ás vezes a sombra dos teus gestos
Na pretensão de reconhecer-te em cada rosto
E ás vezes de fadiga eu protesto
A sua ausência e a dor do meu desgosto
Sempre a espera da tua vinda
Da minha vinda
Da nossa chegada!
O tempo novo de nossa velha estrada.
Pra sempre cair no mesmo abismo do nada
E ser novamente amparada
Por tua forte mão
Por tua voz guiada
Sem nenhuma direção
Bússola que me orienta
A memória que me sustenta
A lembrança de um tempo disto
O vestido com que me visto,
Pra aquecer o frio de sua ausência
Convicta dessa insana essência
Luz suave nas noites sombrias
Nos sonhos que me aliviam o cansaço dos dias
O odor da tua pele que me acaricia
Eu te adivinho em outro tempo
Eu te recordo e te invento
E inúteis são os olhos que me buscam
E não são os teus!
Olhos cruéis, que me arranham a pele da alma.
Em carne viva, em brasas, em chagas!
Com os pés na terra e meus olhos nos céus
Com suas garras nocivas, suas palavras lascivas.
Atitudes nocivas!
Envenenaram-me os que me tocaram
Amor retorna de entre os mortos,
Revela-te entre os vivos.
Cura me com tua unção a tanta dor
Sei a tudo eu sobrevivo
Mas morro sem teu amor!
Claudia Morett
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