Anna Peralva
Da luz do seu olhar fiz
estrela guia,
No seu corpo meu manancial de prazer.
Floresciam em auroras
meus dias,
Esperança reverdeceu de eterno o querer.
Um vento profano
levou as ramadas
Num tempo insano e sem perfumes...
Secaram flores...
Calou a passarada,
Desce inclemente noite fria e sem lumes...
O amor,
antiga terra adubada
Onde sonhos eram grãos em cultivo,
Tudo devastado
pela água da enxurrada.
Caem outonos de folhas desgarradas...
Dentro
do peito um silente deserto,
Cega-me a poeira dos momentos de
emoção.
Vagueia alma cansada sem destino certo
E fez-se em mim, pranto e
solidão...