Dos montes, dos vales,
Das luzes, das flores
O prazer vem;
Que importa, pois,
Tempo, que te resvales?
Riamos, que amores pra outros amores,
São o Além!
Há risos e beijos
E olhares e abraços
De amor,
E risos e olhares acendem desejos,
E dizem matar-me em corpos e braços
Num estertor.
E como a verdade
E a existência
É o prazer nu,
Dancemos
.
Fernando Pessoa,
Fausto - Tragédia Subjectiva