No século 3º, agricultores iam trabalhar levando almoço num pote feito de folhas de bambu. Nos idos de 1.500, apareceu o “obento bako” ou “caixa para obento”. Nessa fase, o “obento” era um traço da elite: famílias endinheiradas levavam seu lanche, decorado em belas caixas de madeira, para contemplar dois hits locais, as vermelhas folhas de momije e as rosa-claro de sakura, as cerejeiras. No final do século 19, ele se popularizou, impulsionado pela expansão ferroviária. O país foi evoluindo e os obentos também. Nas últimas décadas do século passado, surgiram as caixas de alumínio e de plástico, ideais para o microondas. Com a entrada da mulher no mercado de trabalho e as extensas jornadas exigidas pelas empresas, a refeição pronta para levar e saborear ganhou a indústria e se tornou um símbolo do Japão moderno. O “obento” adorna supermercados, lojas de conveniência e barraquinhas no metrô, 24 horas por dia, todos os dias da semana. Hoje, a vida no arquipélago seria impensável sem ele. Pouca gente tem tempo para cozinhar e as casas e cozinhas no país são minúsculas. O “obento” é rápido, prático, saudável e eficaz: a cara do Japão.
|