Tentaria guardar-te em mim.
Nas vagas de uma lembrança
Já desbotada nas folhas do tempo.
Tentaria reter nos olhos a tua imagem.
O teu último aceno, o teu sorriso,
As tuas palavras...
Não te sabias partindo...
Na minha vã sabedoria, achei-me senhora do
tempo, do destino.
Ah! Quanta soberba!
Se pudesse eu voltar o tempo,
Daria a ti a carícia de doces palavras,
Colocaria não só em gestos, o meu perdão,
E pedir-te-ia perdão também.
Se te soubesses partindo...
Não mais me refugiaria no meu orgulho,
na contemplação de mágoas passadas,
não rabiscarias em folhas agora a minha dor,
a dor de tua partida.
Mas acariciar-te-ia com um abraço apertado,
Fitar-te-ia nos olhos e falar-te-ia do meu amor,
Das coisas boas que contigo aprendi.
Agora fica-me a saudade,
Os sons do teu riso,
As palavras não ditas,
os abraços não dados.
Fica-me a fotografia do nosso último encontro.
Deixo-a congelada nos recessos de minha alma.
As lembranças de toda uma vida,
A tua doçura,
Os teus gestos a me dizerem tantas coisas.
O perfume de tua presença.
E principalmente a certeza do teu amor,
e do meu amor por ti, eterno!
Como são todos os sentimentos verdadeiros.
Vera Beaucamp (LuBeau) em 28/12/08