Ainda...
Lembrar-me-ei de ti...
Quando meus olhos não mais fitarem os teus...
numa promessa de amor.
E o oceano não mais se der em ondas a brincar com a praia.
As estrelas não mais se deitarem em suave provocação
ao céu que as espreita.
E o rio não mais correr para o mar na urgência de se tornar
um só, caminhando na mesma direção.
Lembrar-me-ei de ti...
No pássaro que abandonou seu ninho...
Na cascata que não mais transforma as pedras em suaves
seixos lapidados por seus abraços.
Quando sol não mais beijar a flor, molhada pelo orvalho da manhã.
E o vento não mais tocar a tua face numa promessa de eternidade.
Lembrar-me-ei de ti,
Quando a neve visitar meus cabelos...
E os meus passos se tornarem trôpegos...
Vacilantes...
As mãos trêmulas...
E os olhos cansados.
As rugas contarem a nossa história,
Numa rima de saudade.
Vera Beaucamp (LuBeau) em 01 06 08