Vejo-me...
(De Lubeau)
Vejo-me na mudez de teus olhos, e na eloqüência de teus silêncios.
Encontro-te na doçura dos amantes a se refletir na sofreguidão com
que a terra bebe as suas sementes.
E nos suspiros da noite a se despedir da madrugada, fica-se sem pudor
os sabores da manhã que nasce, a se derramarem nos mistérios do teu
corpo, a querer desvendar os segredos do teu coração.
E faço-me concha, nos sussurros dos teus gemidos...
A delimitar nas alcovas dos teus encantos o florescer do meu
corpo de encontro ao teu, numa dança perfeita!
E dou-me a ti em prosa e verso...
Na plenitude desse querer e na poesia desse amor.
Para deixar-te a inocência dos meus dias...
E a voracidade do meu corpo.
Numa seqüência lógica, em passos certos...
A caminhar numa mesma direção, a iluminar minhas manhãs.
Quando as tuas mãos despertam-me dos meus sonhos,
Para a realidade do teu amor.
E nesses versos ofereço-te,
com a mesma urgência com que o rio procura o mar...
Meus lábios rubros...
Meu corpo quente.
E no murmurar das folhas a seduzir o vento
Vão meus passos ao encontro dos teus...
A caminhar na carícia da tua voz.
Para encontrar-te na canção das estrelas a namorar
O céu.
LuBeau em 17/03/07