Esta crítica foi feita por Tarcisio Passos, crítico de cinema;
merece ser lida.
Fui ontem, na noite de estréia, assistir ao filme mais badalado dos últimos anos:
Chico Xavier - O Filme. Sessões lotadas e muita expectativa. Uma expectativa
que podia ser notada no semblante de cada um que encarava aquela fila.
Uma salada etária e, provavelmente, recheada de muitos credos.
O filme é de uma beleza incrível. Conta a história de um dos maiores e mais
respeitados espíritas do mundo - Chico Xavier - (interpretado nas três fases
de sua vida por Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nelson Xavier), desde a sua
infância até a sua morte, ou melhor, até a sua desencarnação.
Com relação a filmes, costumo brincar dizendo que adoro saber o final antes
de assisti-lo. E neste, em particular, disse a todos que estavam lá comigo, que
já sabia o que aconteceria... que seria moleza. Disse em alto e bom tom: Fácil,
fácil esse final: o Chico morre no final!
Sessão lotada acomodamo-nos nas primeiras filas do cinema, e mesmo que tudo
pudesse nos levar a uma pré-impressão do que seria o filme, qual o seu significado
e qual o seu objetivo, engana-se quem imaginou que o filme seria uma propaganda
ao espiritismo ou mesmo uma publicidade ao próprio Chico Xavier.
O filme é apenas a celebração de um grande homem, que este ano, caso estivesse
vivo (encarnado), completaria um século de vida. Deste, seriam 96 anos de dedicação,
não à doutrina espírita, mas à bondade, ao desejo de servir ao próximo.
O filme emociona, alegra e nos faz refletir o quanto e por tão pouco sacrifício, fazer o bem
é um exercício que fortalece a nossa alma.
A vida de Chico Xavier foi marcada por sacrifícios. Ele enfrentou-os e seguiu em frente.
Ajudou e foi ajudado. Sobreviveu a uma enxurrada de acusações, críticas e desconfianças.
Muitos de nós passamos por tudo isso.
Mas a grande virtude do Chico (a gente se sente tão íntimo do mestre espírita) foi, sem
dúvida, a sua capacidade de transformar essas dificuldades a favor do bem. A bondade
era sua, sempre presente, companhia.
O filme é extremamente lindo. Surpreendente a maneira como Daniel Filho (Diretor)
retratou a vida e obra do Chico Xavier.
O filme não tem a pretensão de formar novos seguidores do espiritismo.
Mas não há um segundo sequer do filme que você, espírita ou não-espírita,
não se emocione, não se questione. Muitos se verão neste filme.
Pois bem, recomendo a todos que venham assistir ao filme.
Aqui, na sessão de estréia, além da beleza do filme, uma certeza:
O Chico não morreu... Enquanto houver a bondade, ele estará vivo.
Eu errei o final do filme, mas o pós - filme me surpreendeu ainda mais...
Encerra-se o filme e as pessoas saem... Silêncio... Um lindo silêncio...
Coisa mais linda que eu já pude presenciar em um cinema em toda
a minha vida.
Obrigado Chico, esteja em Paz!
Vá assistir ao Chico. Eu recomendo.
Tarcisio Passos (Crítico de Cinema)