Quando o sol se põe e do horizonte vem se estendendo a noite, alguma mudança se opera dentro da gente.
Aquelas dores que durante o dia ficaram quietinhas, quase esquecidas, vêm, lentamente,tomando seu lugar na nossa consciência.
Então nos tomam as dores de amor, as nossas saudades... As dores dos sonhos não realizados, das mágoas antigas, das desculpas que não pedimos ou que não ouvimos jamais. As dores das loucuras que não fizemos, das paixões que findaram prematuras, dos amores que por algum motivo não confessamos.
Até mesmo as dores físicas dóem mais à noite. É à noite que a febre aumenta. E os pesadelos nos atormentam.
À noite nos compadecemos dos que sentem fome, dos que têm frio, dos que estão imersos na solidão...
À noite, as dores do mundo nos pesam sobre as costas...
E talvez por ser o reduto do despertar de sentimentos que durante o dia permaneceram velados, ela seja tão instigante, tão envolvente. E mesmo doída, continue sendo o momento mais esperado entre o despertar e o adormecer.
DESCONHEÇO O AUTOR