Hoje eu só quero sair por aí
com o peito cheio de brisa...
soprar levezas e deixar fluir.
Quero abarcar todas as cores, a paz, a luz, a esperança
e depois hibernar, igual aos ursos,
numa caverna de lindas lembranças.
Quero um pouco de tudo que há no mundo,
pra liquidificar a alma e o coração que anda oco.
Quero a melodia escondida na roldana de um poço
sob um céu de estrelas maduras,
prontas para caírem no meu colo em noite de ritual,
onde as fadas dançam e as flores se tornam mães
de todas as mágoas e desventuras.
Hoje quero a verdade
que sai do peito e evapora pela boca,
repousando silente, num sonho cadente
em noite de paciente solidão.
( AD )