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Escuridão
Ela tateou na escuridão como se fosse pra algum lugar,
O ar queimando as entranhas como se desejasse respirar,
Arrancando-lhe lágrimas como se quisesse chorar,
Tropeçando em tudo como se nada mais a pudesse machucar.
Ela gemeu grunhidos inaudíveis como se a devessem escutar
E orou aos céus como se fosse capaz de acreditar,
Olhando para o nada como se ainda soubesse sonhar,
Implorando clemência como se houvessem de se importar.
Ela imaginou o sol como se ainda estivesse a brilhar
Desejando viver como se tivesse amor pra dar
E lançou-se ao abismo como se pudesse voar
Estatelando-se no penhasco como se a morte a fosse poupar.
Ela calou como se a solidão a desejasse acariciar
E desabou no chão como que num leito macio a lhe esperar
E adormeceu como se nunca mais pudesse acordar
E mergulhou na ilusão como se afunda no abismo do mar.
Lídia Sirena Vandresen
-21.01.09-
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Texto em inglês
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