O anel
O anel estava ali, do jeito que fora deixado,
No cinzeiro abandonado, esquecido
Desde o momento em que ele partiu...
Amassado, surrado, ao seu dedo moldado,
Feito meu coração ferido.
Também as migalhas do que vivemos
Misturadas às cinzas do cigarro consumido
Impregnando na minha alma o cheiro do adeus,
Insultava-me com desdém.
Por outro anel, de outro alguém
Ele o substituiu.
Tomei-o com ternura na mão,
O beijei com emoção,
E, apossando-me do que é meu,
Coloquei-o no dedo ainda ouvindo o que me jurou.
Um anel amassado,
Um coração machucado,
É tudo o que me restou.
Lídia Sirena Vandresen
(05.07.08)
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