BEIJO
Guardo teu beijo, terno beijo, na memória.
No outono cinza, a
despedida, último adeus,
como se foras sem deixar-me uma esperança
de
reviver o teu carinho e os lábios teus!
Amargurando o teu partir,
restou-me o beijo.
Sonho desfeito, nem as folhas esqueceram,
no farfalhar,
de relembrá-lo nas canções,
brincando algures junto às brisas
outonais!
As estações se sucederam desde então!
Alma constrita, olhar
perdido no horizonte,
dei-me ao letargo dos impulsos lascivosos!
Trago
a utopia de uma espera que me aturde!
Cedo o destino e a vida; ao tempo,
entrego a morte,
mas na esperança de beijar-te
uma outra vez!