Muito se disse sobre a inutilidade de um amistoso contra o Iraque, no atual estágio da seleção brasileira. Mas quem viu a vitória por 6 a 0, na tarde de quinta-feira, percebeu que algumas conclusões podem ser tiradas desse jogo. A começar pela boa atuação de Kaká, pela primeira vez convocado na gestão de Mano Menezes. Sim, o camisa 8 mostrou que ainda tem lenha para queimar.
Em minha última coluna, critiquei a convocação de Kaká para a seleção, no que diz respeito ao seu perfil, muito pacato. Entendo que Mano Menezes precisa, sim, de jogadores mais experientes neste momento, por ter uma geração muito jovem e carente de lapidação em mãos. Mas acredito que um veterano mais vibrante, como Luís Fabiano, por exemplo, poderia dar um choque maior neste grupo atual.
Pode até ser verdade que Kaká não vai ser o líder ativo dessa meninada. Mas, após a brilhante atuação contra o selecionado comandado por Zico, já deu para notar que o jogador do Real Madrid pode ser muito útil ao Brasil. Tanto com a bola nos pés quanto com seu comportamento de dedicação e seriedade de sempre em relação à seleção brasileira.
identificação/ Quando a lista de convocados para o Superclássico das Américas foi divulgada, falei um pouco sobre a emoção de Marcos Rocha, lateral do Atlético-MG, que chorou muito ao saber que estava no grupo. Esse tipo de emoção é muito importante para a formação de uma identificação mais profunda entre jogadores e a camisa amarela. E o comportamento de Kaká também é um exemplo.
Eu nunca fui de admirar os jogadores mais comportados. Até porque nunca fui vaquinha de presépio. Sempre me posicionei, tive opiniões fortes e deixei bem claros os meus pontos de vista. Mas também entendo a importância de um jogador mais silencioso, tranquilo. Principalmente se esse cara, como Kaká, já tiver sido escolhido como melhor do mundo pela Fifa. Não há maior indicativo de sucesso do que esse para servir de exemplo.
Kaká nunca brilhou com a camisa da seleção. Mas talvez isso se deva ao fato de ele sempre ter sido coadjuvante. Quem sabe agora, mais maduro, ele possa, enfim, assumir a bronca de ser a referência, aliviando a excessiva pressão colocada sobre os ombros de Neymar.
Quanto ao jogo, propriamente dito, o Brasil foi bem. Oscar, mais uma vez, mostrou estar em um caminho de evolução. Usa a camisa do Brasil com muita desenvoltura, joga solto, arrisca jogadas de efeito. Neymar também foi muito bem. Mais uma vez, participou ativamente dos lances mais importantes. E, se não é tecnicamente brilhante, Hulk voltou a mostrar consistência no futebol.
Para preocupar, só mesmo a questão defensiva. Se, contra o frágil Iraque, a defesa bateu cabeça em alguns lances, a tendência é de a situação ficar pior contra equipes ma