Embora seja o mais experiente jogador entre os convocados por Mano Menezes para os amistosos contra Iraque e Japão, Kaká retorna à seleção na condição de novato num grupo que anteriormente mostrou um pouco de resistência a veteranos - houve claros problemas de aceitação, por exemplo, do trio Lúcio, Júlio César e Maicon, sobretudo depois das críticas públicas feitas pelo zagueiro ao espírito da equipe durante a Copa América de 2011.
E, pelo menos nas declarações, o meia do Real Madrid mostrou ainda ter noção de que o mundo andou durante os mais de dois anos que ficou fora da equipe: além de elogiar publicamente a ascensão técnica de Oscar, Kaká ‘’escalou’’ o jogador do Chelsea como o camisa 10 brasileiro. Uma camisa que, vale lembrar, foi vestida sistematicamente pelo mesmo Kaká na Copa da África do Sul.
‘’O Oscar foi uma das surpresas dessa nova geração e hoje é o camisa 10 da seleção. Tem evoluído muito e seu futuro é promissor’’, explicou. Praticamente pré-escalado por Mano para atuar ao lado do meia do Chelsea em pelo menos um dos jogos, Kaká disse esperar trazer para a parceria de meio-campo uma combinação de experiência, vontade e técnica. ‘’É um recomeço para mim na seleção e vim aqui para ajudar’’.
Apesar de frisar que a decisão de aceitar propostas do exterior é uma assunto particular para Neymar, o meia Kaká disse considerar que o atacante do Santos está pronto para um transferência para a Europa. Numa entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira, antes do primeiro treino da seleção brasileira em Wroclaw para o amistoso de quinta-feira contra o Iraque, o meia do Real Madrid, que atuou apenas 18 meses no time adulto do São Paulo antes de acertar com o Milan, em 2003, afirmou que Neymar precisa, porém, ter vontade de sair do país.
‘’Quem tem de decidir é ele (Neymar). Eu tinha vontade de jogar num grande clube europeu e, quando a oportunidade apareceu com o Milan, aceitei. O Neymar tem total condição de ir para a Europa. Mas ele também está num grande clube brasileiro’’, observou Kaká.
Perguntado se atuar regularmente com os melhores jogadores do mundo não seria importante para a evolução do atacante antes da Copa do Mundo de 2014, Kaká foi diplomático e ressaltou a presença doméstica no elenco da seleção brasileira pentacampeã mundial, em 2002. ‘’Para mim, foi bem melhor estar fora, mas em 2002 o Gilberto Silva e o Klleberson estavam no Brasil e foram campeões do mundo. (Estar na Europa) Não é um fator determinante’’, completou.
Kaká também falou sobre o encontro com Neymar, o jogador-símbolo da Era Mano, e a quem ainda não conhecia pessoalmente. ‘’Foi um bom encontro. O Neymar é um jogador alegre e brincalhão. Diverte a concentração e está sempre brincando com alguém.