Kaká, sobre fase no Real: "É como se estivesse recomeçando aos 30 anos"
Meia, que já foi o melhor do mundo em 2007, hoje luta para conseguir espaço entre os jogadores relacionados pelo técnico José Mourinho
Recomeço aos 30 anos de idade com uma bagagem invejável no futebol mundial. Esse é o retrato de Kaká no Real Madrid, onde escolheu permanecer numa temporada em que ainda não atuou e só ficou próximo do gramado, no banco, em apenas um jogo. Entre janeiro e maio, o apoiador jogou apenas 16 vezes como titular e em oito partidas não foi sequer relacionado.
- É como se eu estivesse recomeçando aos 30 anos, depois de ter conquistado tudo o que conquistei. Eu mesmo me pergunto, até que ponto vale a pena todo esse esforço. Será que não seria melhor ir para outro lugar ou até para uma outra liga menos competitiva? Por enquanto, a resposta tem sido "sim, eu ainda quero isso" (jogar no Real Madrid) - revelou.
Kaká compara a atual situação com seu começo no São Paulo. A apreensão de estar relacionado, ou não, para atuar nos jogos e o empenho nos treinos para ser cogitado pelo treinador lembram o inicio de carreira. Porém o objetivo atual é claro: voltar a ser importante no clube merengue.
- Hoje, não quero ser titular do Real Madrid. Quero voltar a estar na lista dos convocados (do Real) - afirma.
De acordo com o jogador, PSG e Milan nunca chegaram até ele. A negociação, se aconteceu, pode ter se encerrado no próprio Real Madrid. A única proposta recebida foi da China, o que não era o desejo de Kaká.
- Minha escolha. Eu nunca vim aqui com a intenção de ir embora. Não quero ser um peso para o clube. Não teve nenhuma proposta. Por isso, não teve nenhum acordo.
Kaká x Mourinho
Para o jogador, suas diferenças com Mourinho são apenas questões de confiança. E Kaká confia na promessa de respeito vinda de Mourinho e oportunidades iguais às dos companheiros de equipe.
- É uma relação profissional. De respeito mútuo. Nunca questionei. Acho que dentro de um grupo um técnico tem mais confiança em alguns jogadores do que em outros. Vou buscar a confiança dentro do grupo.
O Kaká fisicamente
– Chego antes, treino antes, faço treino dois períodos, ainda mais agora que não estava nem relacionado. É treinando mais do que os outros que vou conseguir meu espaço - garante.
- Pouco a pouco, o torcedor foi perdendo a esperança, mas eu não perdi. Estou muito bem fisicamente. Minha última lesão foi em outubro do ano passado.
Vendo um Kaká cheio de vontade de recomeçar, decidido a reconquistar o brilho que lhe rendeu o título de melhor do mundo em 2007, é natural questionar o motivo de ele não ter cogitado uma volta ao futebol brasileiro
- Não era minha prioridade. Talvez até por isso tenha não aparecido nada oficial.
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