Pau de sebo


No grupo escolar da minha infância
Que os anos acenam pra distância
Lembranças das festas de São João
Junto aos fogos explodia o coração.

As pipocas, a paçoca e a canjica,
Fria noite, como a lua era bonita!
Com brilho e energia alvissareira
Aquecendo no calor da fogueira.

O pau de sebo, atração principal
Fazíamos uma força descomunal
Pra pegar a nota de dez cruzeiros
Que seria do que chegasse primeiro.

Escorregávamos, os ombros eram degraus
Só assim chegaríamos ao topo do pau
E depois vitoriosos fazíamos a divisão
Uma moeda era a medalha de cada campeão.

Comparo a vida e as esperanças perdidas
Ao pau de sebo e nota tão concorrida
Como fosse um sonho, arredio ou inatingível
E alcançá-la sem escorregar seria impossível.

Tristeza é quando a festa se acaba
A fogueira vencida pelas cinzas se apaga
E o sonho fica alto tremulando esquecido
Sem ser conquistado, da vida banido.


Josué Basílio Oliveira
24/06/2010
5.00h
Quinta-feira

Que a tarde nunca chegue dizendo que o dia acabou e que a vida tem que anoitecer.





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