"OS DOUTORES DA ALEGRIA"
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Num salão de barbeiro
Ele entrou naquele salão num final de tarde, eu esperava minha vez pra cortar os poucos cabelos que me restam.
Enquanto folheava uma revista sem ler observava aquele senhor distinto, bem trajado com seu paletó e gravata ainda sem amarrotar mesmo num final de tarde de sol escaldante.
Tinha os cabelos de prata, ondulados, de fazer inveja a muitos galãs e a nós carecas de plantão.
Disse de uma forma bem cordial que estava muito atarefado, mas aquela data pra ele era sagrada.
Tolhi-me da perguntar o porquê apesar da curiosidade e por estar sem a mesma pressa que aquele senhor ofereci meu lugar a ele e de pronto aceitou me agradecendo pela gentileza.
Mas a maior surpresa ainda estava por vir, o barbeiro sem perguntar nada foi lhe raspando a cabeça e ao final passou a navalha deixando sua cabeça lisa como se nunca tivesse tido único fio de cabelo.
Saiu com a mesma educação que chegara deixando uma saudação de quem buscava e acreditava muito em Deus.
E sem que eu falasse ou perguntasse nada o barbeiro satisfez minha curiosidade e dos demais naquele salão.
Aquele cidadão teve um filho de foi acometido de um câncer, um tumor maligno que o obrigou fazer intermináveis sessões de quimioterapia que o deixou carequinha, carequinha.
Um dia seu filho olhando-se no espelho chamou-o e disse “pai porque o senhor não raspa cabeça pra ficar igual a mim?” Se sentindo impotente pra fazer algo que salvasse a vida do filhinho teve uma luz de fazer um voto a Deus que se seu filhinho ficasse curado dessa terrível doença duas vezes por ano ele rasparia cabeça completamente em homenagem ao filho e em gratidão ao milagre e não teve dúvidas, imediatamente foi ao barbeiro e se igualou ao filho raspando a cabeça.
Com certeza todos assim como eu pensamos que o final da história seria que a criança tivesse sido curada e ele estava pagando seu voto a Deus, mas não, o menino não resistiu ao câncer e faleceu, mas viveu um ano a mais das previsões do médico e já na agonia da morte ainda disse agradecido ao seu pai: “Obrigado paizinho por ter ficado comigo o tempo todo e ter sido tão fiel e pediu um hino que gostaria que cantasse no seu funeral.
Mesmo com esse desfecho não esperado e muito triste aquele homem duas vezes por ano vai até o salão do barbeiro e se torna igual ao seu filho que partiu e que um dia pediu que ele raspasse a cabeça pra ser seu companheiro e ficar igual a ele.
A paz de Deus meus amados, tenham um final de semana abençoado em nome de Jesus.
Josué Basílio Oliveira
27/03/2009
5.49h
Sábado
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*JOSUÉ... UM AMIGO DE PLANTÃO*
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